![António José Branquinho da Fonseca António José Branquinho da Fonseca, Portuguese poetry, Portuguese poets, Poesía portuguesa, Poetas portuguesa](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn1fVEOXSseaz3YxBTiIqkIfmHSYmmE2XOKgiRX2PQYc0lj8JTLNNwwgYJYsLFpQsu95sO342sb888E4_vkvPSKHuFSK5W6ADhJcxZSg7-I492j97OUjSCtP_ep2moIp6qKgJRqfPTE8Y/s400/Ant%25C3%25B3nio+Jos%25C3%25A9+Branquinho+da+Fonseca.png)
Como algum meu avô navegador
pintei no mapa uma ilha que ninguém sabia,
e agora tenho de ir, seja lá como for,
e outros irão depois e dirão que existia.
Navego para o norte ou singro para o sul
pois com qualquer estrela eu irei sempre bem,
o céu é azul, o mar é azul,
nada importa dizerem que a gente vai, mas que
[depois não vem.
Eu ergo e sigo os astros do meu céu.
Nem assim chega o mundo todo nosso.
Mas não direi que o medo me perdeu,
e outros virão depois fazer o que eu não posso.
Caminhos por mim feitos mesmo em mapas errados!
no mundo sempre desconhecido diante de mim,
só esses sustém os mundos sonhados
e não têm fim.
António José Branquinho da Fonseca (Mortágua, Portugal, 1905 – Cascais, Portugal, 1974 ). Bibliotecario. Poeta, novelista, autor de narrativa breve y dramaturgo.