escrevo, porque o instante insiste
e a minha vida segue sempre incompleta
sou um pouco alegre, um pouco triste
– posso dizer que sou poeta?
amigo, pelas coisas fugidias,
cruzando acentos, de tempos em tempos,
sinto, muitas vezes - intento - alegrias
por passar noites e dias, ao relento.
se apago e reescrevo, se permaneço
no que desfaço, não sei, não sei
só sei que aqui eu não fico, eu passo.
escrevo – e o poeta é quase nada, mas
não escapa das palavras postas, derrocadas
por aqui apenas sei que morro!
(mais nada)